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O contestado – Barra de São Francisco/ES x Mantena/MG

O conflito durou mais de meio século, ainda hoje é lembrado por moradores da região de Mantena/MG e Barra de São Francisco/ES, se tornou mais intenso nos anos de 1942 e 1948.

Barra de São Francisco é um município brasileiro do Estado do Espirito Santo. Sua população, segundo contagem feita pelo IBGE, em 2010, era de cerca de 40.610 habitantes. O último censo não mostrou os mesmos números mas, acredita-se que sua população gira em torno dos 45 mil habitantes.

Nos dias de hoje, as principais fontes de renda do município são a extração de granito, a agricultura e o comércio. Com um comércio diversificado, tem atraído bons profissionais da área da medicina, empresários em geral, notadamente ligados à área de mineração.

O desbravamento da região começou em 1927, lavradores vindos de Minas Gerais, Colatina e  São Mateus em busca de terras devolutas e férteis.

Estabeleceram-se na confluência dos rios Itaúnas e São Francisco. Ali nasceu o primeiro povoado, ficando sob a direção do município de São Mateus/ES, em 1932 tomou nome de Patrimônio de São Sebastião.

As primeiras casas eram de estuque (Massa à base de cal, gesso, areia, cimento e água), cobertas de palha de palmito e tábuas de madeira.

Em 1928 a agricultura cafeeira se expandiu com o aumento dos lavradores à procura de terras, no ano seguinte, com a construção da ponte sobre o Rio Doce, o plantio de café foi ampliado.

Após o fiscal do município de Itambacuri/MG, Antônio Matos, publicar um edital, no ano de 1937, declarando que a então região capixaba de Mantena pertencia ao Estado de Minas Gerais, iniciou-se um grande conflito chamado o “Contestado” que começou após os mineiros invadirem a área citada por Antonio Matos.

Diante da invasão,  Governo do Espírito Santo enviou soldados para algumas regiões de Barra de São Francisco para guardar suas divisas. No ano seguinte o Governo capixaba escreveu ao presidente Getúlio Vargas reclamando da violência com que os policiais mineiros tratavam o povo da região.

Em 31 de março de 1938, a Lei nº 9. 222 declara sede de distrito, com denominação de Barra de São Francisco. Em 31 de outubro de 1943, através da Lei 15.177 é criado o município de Barra de São Francisco, sendo assim desmembrado de São Mateus. A instalação do município ocorreu em 1 de março de 1944.

O nome de Barra de São Francisco originou-se do fato de a cidade estar localizado na confluência dos rios São Francisco e Itaúnas.

Os Estados de Minas e Espírito Santo disputaram a região por mais de 25 anos. Em 16/09/1963 os limites territoriais entre Minas e Espírito Santo foram definidos.

Atualmente Mantena, que fica a 10(dez) kilometros de Barra de São Francisco/ES, faz parte do Estado de Minas Gerais.

Barra de São Francisco também é conhecida como “Sentinela Capixaba”, dizeres impressos em seu Brasão, que representam valentia e bravura dos agricultores e policiais mortos em defesa do território capixaba. Aos 04 de outubro comemora o aniversário e dia do Padroeiro da cidade.

O fim da Guerra do Contestado se deu em em 15 de setembro de 1963, após décadas de litígio, os governadores Magalhães Pinto e Lacerda de Aguiar, assinaram um acordo de paz.

O motivo da disputa era uma área rica em plantações de café de cerca de 10 mil quilômetros quadrados, pouco maior do que a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que era localizada na divisa dos dois estados.

A briga pelos limites teve seu epicentro em Mantena, na Região do Vale do Rio Doce, a 450 quilômetros da capital mineira e a 10 kilometros de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, local em que as tropas militares ficaram de prontidão. Tendo se estranhado, mas não chegaram ao combate.

Mesmo sem confronto direto entre as tropas, a questão dos limites deixou um saldo grande de vítimas civis e militares, o número total ainda é incerto. A briga só terminou em 1958, quando os dois governos retiraram as tropas policiais da região e iniciaram as negociações com base em laudos periciais.

O soldado reformado da PM capixaba, Jorge Angélico Nolasco, de 94 anos, chegou à região de conflito para integrar “contingente policial em 1946”. Com a voz firme, por telefone, ele destaca: “Quem viveu a época do Contestado não pode esquecer.

De lá para cá houve muitas mudanças, o asfalto chegou, veio a energia elétrica, a água encanada. Naqueles tempos, tudo era só capoeira”, recorda-se Jorge, ainda no batente trabalhando na livraria de sua família, no Centro de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo.

O episódio deixou marcas profundas em moradores e militares, que nunca se esqueceram dos anos de tensão e confusões daquela época. “Essa história ainda precisa de estudos, Terá que ser escrita e pesquisada a fundo.

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